Um tema que seguidamente vem à tona no círculo
de professores é a "Cultura da desvalorização docente".
Desde que me lembro os
professores tem lutado por valorização: dos salários, do respeito à classe,
pela carga horária, pelo sistema em si, entre outras reivindicações.
Historicamente, como bem estudamos no ano passado, sabe-se da desvalorização do
trabalho docente no Brasil, como uma mera "ocupação" das moças
solteiras ou como ofício de religiosos ou homens sem habilidade para outros
ofícios maiores.
Não é de se
estranhar que atualmente ainda sejamos tratadas como professorinhas, tias de
creche ou decidam por horários absurdos de trabalho. E veja que entre nós
existem ideias que nos deixam perplexas, como um comentário que ouvi de uma
estagiária: "As professoras reclamam de seu salário mas todas tem carro
estacionado no pátio da Escola." Como se ser professor fosse sentença de
receber pouco, ser "menos" na sociedade consumista, ou pertencer aos
que "trabalham por vocação."
É claro que temos que
amar nosso trabalho, caso contrário, não suportaríamos de pé as dificuldades
encontradas. É por amor à profissão que levantamos todo dia e enfrentamos
triplas jornadas, mas queremos condições dignas de trabalho, horários
coerentes, horas de planejamento, salário justo e condizente com outros de
mesma exigência de escolaridade. Porque um dentista da rede municipal, por exemplo, tem
vencimentos maiores que de um professor, se ambos fizeram curso superior?
Porque é esperado do professor que seja "pobre"? Que ande de ônibus
ou não tenha condições de melhorar sua vida? Parece que esta ideia está
profundamente enraizada em nossa sociedade.
O que fazer frente a esta "Cultura da
desvalorização"? Continuando nosso trabalho e lutando por respeito.
Acredito que a mentalidade das novas gerações, que estão em nossas mãos nas
escolas, é que irá revolucionar a Educação, com valorização e respeito aos
professores. Portanto, vale lembrar que somos semeadores de novas mentalidades.