sábado, 30 de setembro de 2017

Preconceitos

       O que é preconceito? 
     A própria palavra já define: PRÉ CONCEITO. Algo que vem antes de ter certeza do mesmo. Opinião que antecede a reflexão, a crítica e o conhecimento.

      O preconceito é uma precipitação que faz o juízo humano, com consequências tanto para quem o tem como para quem (ou alguma coisa) é o objeto deste. Pode se originar ainda na infância, através do convívio com pessoas preconceituosas, até na família, na escola ou mesmo ao longo da vida adulta.
     Ao pensarmos em preconceito vem logo à mente o racismo, homofobia ou mesmo síndromes, como a de Down. Ocorre geralmente por medo, em um mecanismo de defesa inconsciente. Preferimos nos afastar para não ver, sentir, "pegar" ou pensar sobre o mesmo. Quanto mais nos afastamos, mais longe ficamos de conhecer e esclarecer dúvidas que houverem.
    O preconceito vai muito além de racismo ou homofobia, mais em voga na atualidade. Qual o motivo? Em termos de preconceito nem precisa haver um motivo, apenas um pré julgamento. A homofobia, infelizmente, é um dos preconceitos mais comentados na atualidade, como na recente aprovação da "cura gay", ou seja, a justiça brasileira permitiu que a homossexualidade fosse tratada como doença, mesmo com a Organização Mundial de Saúde já ter comprovado não ser.
 "Justiça gera polêmica: permite tratar homossexualidade como doença"  (http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/09/justica-gera-polemica-permite-tratar-homossexualidade-como-doenca.html)
     Situações do dia a dia revelam preconceito sobre  moradores de comunidades, alcoolistas, dependentes químicos, obesos, deficientes físicos ou mentais, portadores de necessidades especiais, doenças congênitas ou adquiridas, idosos, mulheres, refugiados, estrangeiros, por credos diferentes, e pasmem, mães solteiras ou até adoção, entre outras. Ou seja, o desconhecimento e a não reflexão intimidam, e podem promover preconceito, fazendo sofrer quem passa por situações constrangedoras, agressivas ou de exclusão.
     Às vezes o preconceito se manifesta onde menos esperamos, até mesmo entre educadores. E pode tomar dimensões que extrapolam o bom senso. Toda criança tem direito à educação, independente de sua situação ou condição.
     Penso que a sociedade precisa urgentemente de educação sobre aceitar o diferente, refletir sobre o que perturba, muitas vezes descobrindo a causa de tanto medo, embora mascare com a arrogância, tornando-se intolerante e agressivo. A agressividade não é só física, mas no olhar de soberba ou desprezo, nas palavras duras e atitudes hostis ou mesmo indiferentes. Com tanta informação no mundo atual, poucos procuram saber mais sobre o que lhe incomoda no outro. Simplesmente julgar sem refletir, um caminho curto mas desastroso.

     Em nossas escolas é fundamental que tratemos as questões que envolvem preconceito, formando cidadãos com mentalidade mais aberta e atitudes mais humanas. A tarefa é grande, mas a escola inclusiva já é um bom começo.

Referências:

globo.com. Jornal Nacional. 2017. Acesso em:


domingo, 24 de setembro de 2017

Uma visão sobre os indígenas


Estereótipos


     Nossa geração ainda tem em mente a imagem de um indígena selvagem, seminu, morando na floresta. Vemos ora vítima, ora guerreiro, ou atrasado. Fomos ensinados assim, vimos desenhos que representavam desta maneira nos livros escolares.
   Pouco se sabe, na verdade, sobre a cultura indígena, salvo historiadores e o que aparece na mídia. Temos pouco contato com indígenas e quando temos, ficamos observando como se fossem seres exóticos, vivendo outra realidade. A cultura indígena tem suas particularidades, sua arte, crenças, hábitos e forma de ver a vida e a natureza, dando a esta valor imensurável. Cada cultura é uma forma de viver neste planeta, e a indígena, sem dúvida, faz de maneira respeitosa e interativa.

O indígena brasileiro – dados oficiais

     Segundo o IBGE, “há cerca de 900 mil índios no Brasil, que se dividem entre 305 etnias e falam ao menos 274 línguas. Os dados fazem do Brasil um dos países com maior diversidade sociocultural do planeta. Em comparação, em todo o continente europeu, há cerca de 140 línguas autóctones, segundo um estudo publicado em 2011 pelo Instituto de História Europeia.”(FELLET)
   Conforme o IBGE, houve uma retomada do indígena às áreas tradicionais, optando pela convivência mais isolada, em meio à natureza:

     “Nas últimas décadas, intensificaram-se no país as chamadas “retomadas”, quando indígenas retornam às regiões de origem e reivindicam a demarcação desses territórios. Em alguns pontos, como no Nordeste e em Mato Grosso do Sul, muitos ainda aguardam a regularização das áreas, em processos conflituosos e contestados judicialmente.
      Em outros casos, indígenas podem ter retornado a terras que tiveram sua demarcação concluída. Hoje 57,7% dos índios brasileiros vivem em terras indígenas.”(FELLET)

Comunidade indígena na cidade de Farroupilha,
na serra gaúcha.


     Embora ainda muitos indígenas vivem em cidades, a maioria mora em reservas demarcadas ou  aldeias específicas e sobrevivem de artesanato de palha e taquara, cerâmica e outros em madeira. Sofrem muito preconceito, pois a ignorância da sociedade não consegue compreender sua natureza e costumes. Assimilamos diversos hábitos vindos dos indígenas, como dormir na rede, tomar banho todos os dias ou comer milho, por exemplo. 

     “No contato, a todo o momento são postos à prova quanto as suas identidades étnicas, visto que a concepção que predomina nas sociedades não-indígenas é de povos do passado, não compreendendo que a dinâmica cultural, que é própria de todas as sociedades, faz com que incorporem alguns elementos da cultura ocidental, o que não significa que deixaram de se identificar como indígenas.” ( BERGAMASCHI, GOMES)

A educação



      A educação entre os povos indígenas valoriza a criança, que merece ser tratada com delicadeza, ao mesmo tempo em que desenvolve a autonomia, tornando-se muito independente. Liberdade talvez seja a principal característica dos povos indígenas, que tem um modo específico de ver a vida. Os indígenas valorizam a língua falada e seus conhecimentos são passados dos mais velhos aos mais novos. Porém o indígena da atualidade está conectado com o mundo, estuda, cursa universidade e usufrui das vantagens da era digital. O índio dos dias de hoje se veste com roupa normal, o que não o descaracteriza, mas nos lembra que todos mudamos com o tempo.

     “Se os povos indígenas empreendem esforços para concretizar o diálogo intercultural, nos levam a pensar que se a proposta educacional é conviver e efetuar trocas com as sociedades indígenas, a escola terá que fazer um esforço para conhecer esses povos, sua história e sua cultura e, mais especialmente, afirmar uma presença que supere a invisibilidade histórica que se estende até o presente. Apesar da colonização, do genocídio, da exploração, da catequização, da tentativa de assimilar os indígenas à sociedade nacional, estes povos mantiveram-se aqui, resistentes, mesmo que por vezes silenciosos.” ( BERGAMASCHI,GOMES)


Os Bugres - Kaigangs

     Moro na encosta da serra, em São Vendelino, que fica próximo de Farroupilha, onde há uma aldeia indígena, com 20 famílias, uma igreja evangélica e uma escola. Os bugres, comumente chamados, vivem em contato direto com a natureza e sobrevivem vendendo seus artesanatos nas ruas das cidades próximas. 



     Em minha cidade ocorreu a história de Luís Bugre, um garoto indígena que se perdeu da tribo e foi criado por meu bisavô, colono português, até a idade adulta. Contam que era hábil caçador, guia dos imigrantes, mas também tinha seu lado rebelde e sofria com as zombarias dos colonos alemães, isso no século XIX. Possivelmente estes preconceitos geraram revoltas, como na história local de extermínio da família Versteg, pelos indígenas, como relata reportagem recente no Jornal NH. http://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2017/09/webtv/2172432-conheca-a-historia-do-indio-luis-bugre-luis-bugre-e-o-ataque-aos-vertsteg.html

Referências:

 BERGAMASCHI, Maria Aparecida. GOMES, Luana Barth. Currículo sem fronteiras. A TEMÁTICA INDÍGENA NA ESCOLA: ensaios de educação intercultura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. 2012. 

ERTEL, Débora. NH (Jornal digital). A lenda de Luís Bugre. Vídeo. 2017.

FELLET, João. BBC Brasil. Revista Prosa Verso e Arte (Revista digital). 305 etnias e 274 línguas: estudo revela riqueza cultural entre índios no Brasil. (2016)

FRONZA, Raquel. Pioneiro (Jornal digital).Conheça a única comunidade indígena da Serra gaúcha, em Farroupilha. 2015.

domingo, 17 de setembro de 2017

Rótulos e concepções epistemológicas

     Como professores, e como não dizer, como pessoas, temos hábitos não muito condizentes com o que pretendemos: que nosso aluno aprenda, elabore hipóteses, resolva conflitos, raciocine logicamente e ainda que seja muito criativo.
    Estou falando dos rótulos que tantas vezes colocamos em nossos alunos: "não serve para isto", "tem histórico familiar fraco", "está longe do que queremos", "aluno problemático", fora outros. Fernando Becker fala bem disso, analisando relatos de professores:

  "...tu consegues ensinar (matemática) se a pessoa tem talento.”(BECKER)
     
“[A inteligência] nasce com o homem, eu acho. Ela pode ser
desenvolvida, mas ela não pode ser, digamos, adquirida. [...]. Acho que ela nasce, uns com mais, outros com menos; ela pode ser desenvolvida, mas acho que ela já vem, acho que a gente já vem com isso”.(BECKER)

     Este pensamento está presente em nosso fazer pedagógico, dadas as concepções epistemológicas que existem sobre o aprendizado. Porém, temos que pensar em nosso aluno como um ser integral, com sim, histórico familiar, experiencias diversas, estímulos em maior ou menor grau, acompanhamento especializado ou a margem do processo de aprendizagem, por sua realidade ou dificuldade.
     Portanto, devemos pensar na construção de conhecimento que nosso aluno está fazendo, a partir de premissas anteriores e no caminho que vai trilhando e ajuda que necessita. Como se cada informação e experiencias fossem  tijolinhos de sua construção, onde ele vai levantando as  paredes em sua mente. Fernando Becker  mostra este processo construtivista, a partir de exemplos práticos: 

"Quando tu abraças uma árvore, tens a noção perfeita do que
será futuramente um cilindro, aquele tronco, [noção] do que seja uma circunferência; [...] a árvore serrada te dá o contorno de uma esfera... Creio que a criança pode ter muita facilidade para a matemática quando ela tem experiências desse tipo”. (BECKER)



     Com certeza, com experiencias assim ela poderá entender melhor e fundamentar o aprendizado. Nossa função é instrumentalizar este processo, fornecendo os "tijolinhos" e orientando sua construção, sem rótulos que bloqueiam, mas percebendo as reais dificuldades.

Referências: 

BECKER, Fernando. Epistemologia do professor de matemática. Ed. Vozes

sábado, 16 de setembro de 2017

Uma questão de ética


     A ética e a moral andam lado a lado, porém,  "O que significam, refletem e interferem na vida em sociedade?"

     "A palavra ética é oriunda do grego ethos, que é o espaço simbólico construído pelas práticas de um povo. O ethos nasce da interação dos indivíduos visando o que é bom e certo para a coletividade, e o resultado desta interação é transmitido às futuras gerações. É, portanto, uma construção social e histórica. O ethos é, portanto, o rosto de um povo... A moral, por sua vez, é um confronto pessoal entre aquilo que somos e a aquilo que devemos ser." (Carneiro)

    Percebemos o quanto é conflitante decidir posturas e atitudes, visto que estas definem vidas e rumos. "A ética, então, tem a função de nos apoiar em nossas escolhas morais." (Carneiro). Os valores éticos mudam com o tempo, pois acompanham a moral vigente, seja esta louvável ou depreciativa.
    Como a ética é uma reflexão sobre algo já consolidado, portanto, surge uma pergunta sobre uma questão recorrente no país: "Que ética tem-se acerca da "nova moral" vigente, da corrupção corriqueira que o brasileiro está acostumado e a sociedade é conivente?


    Como educadores, temos um compromisso com a ética, e questiono: "O que fazemos para restaurar estas distorções estabelecidas, construindo uma sociedade  mais ética?"

      Penso que o professor tem em suas mãos a semente de uma sociedade mais ética, começando com seu papel de referencia na vida dos alunos, sendo um questionador crítico do mundo.  As atitudes corretas devem ser valorizadas, não sendo conivente com situações repreensíveis, como fazendo "vista grossa" para o errado.
     Precisa-se  instaurar o que é certo e o que é errado, fazer o aluno pensar sobre o bom e o ruim, perceber o que prejudica o outro e o que agrega, pois estes fatores comumente confundem-se, onde surge o pensamento do "não há certo ou errado", valendo lembrar que liberdades terminam onde começam os direitos do outro, e assim, que não podemos aceitar a corrupção e injustiças, por exemplo. 
   Devemos, como professores, partir do princípio de que quanto mais o aluno questionar, tendo referencias e criticidade, mais terá parâmetros para avaliar escolhas e atitudes. 


Referencias:

CARNEIRO, Alfredo de Moraes Rêgo.  Filosofia Contemporânea. Qual a diferença entre ética e moral? Filosofia na rede. (setembro/2017).Acesso em:

domingo, 10 de setembro de 2017

Questões étnico-raciais na Educação Infantil

     Como podemos, nós professores da educação infantil, contribuir para uma nova geração livre de preconceitos, respeitando as diferenças e que tenha conhecimento e valorize a cultura negra?

     A educação infantil, ainda mais nas turmas iniciais, revela para a criança, junto com a família, o mundo. Esta apresentação do mundo, e dela ao mundo, é permeada por afeto, corporeidade, paciência e ludicidade, e o professor deve ter o cuidado de não passar uma visão distorcida, muitas vezes de cunho pessoal, para a criança. Em primeiro lugar é o professor quem precisa estar aberto ao mundo, revendo seus conceitos, pra que esteja livre de PRE- conceitos e que não transmita erroneamente aos alunos tão pequenos.
     Na escola infantil em que atuo não tem crianças negras e há poucos afrodescendentes no município, que é muito pequeno (São Vendelino, no vale do Caí). Portanto, para a maioria das crianças locais, alemãs em sua grande maioria, o contato é mínimo. Porém, torna-se fundamental apresentar para as crianças o diferente. "Cabe observar que, embora os conteúdos da Educação Infantil não sejam organizados em componentes curriculares, os temas referentes à História e Cultura Afro-Brasileira e Africana devem estar presentes no conjunto de todas as atividades desenvolvidas com as crianças."(Conselho Nacional de Educação)
     Ao professor cabe buscar informações que lhes sejam úteis, como legislação, a história e cultura dos povos africanos e seus descendentes brasileiros, e procurar práticas que envolvam as questões étnico-raciais. Aos alunos, é fundamental apresentar a diversidade de etnias e raças que constituem a população brasileira, bem como sua cultura, história, valores, música, dança, personagens históricos, literatura, arte e tantos outros aspectos, da mesma forma que faz com as outras culturas.
A família deve fazer parte do processo de educar a nova geração,
 livre de preconceitos.

     Precisamos educar as novas gerações para a convivência com o diferente, sendo todos iguais, sem distinção. As gerações passadas tiveram mais dificuldade em lidar com o diferente, pois havia o medo incutido, a generalização. Não é tarefa fácil mudar mentalidades, mas com a globalização, os direitos assegurados, e principalmente, educação, os que estão crescendo agora respeitarão as diferenças e irão conviver livres de preconceitos.  O professor de educação infantil tem que minimizar ao máximo indícios de preconceito que ora surgirem entre as crianças, apresentando atividades que, ludicamente, valorizem as diferentes culturas e etnias, de forma prazerosa e interessante.

Atividade realizada com o Berçário 2, onde o boneco Théo,
pardo e afrodescendente, vai na casa das crianças.


sábado, 9 de setembro de 2017

Desafios


     O maior desafio, em se tratando de pessoas com algum tipo de necessidade especial, é vencer o preconceito. Ser tratado com respeito, amabilidade, dignidade. Ter educação, os direitos assegurados e uma vida cheia de possibilidades mesmo na limitação.
    Confesso que, como tanta gente, tenho certa aflição ao lidar com pessoas que tenham algo diferente do "comum". Percebo o quanto não estamos preparados para isso, pois é algo que aflige mais pessoas, por desconhecimento ou simplesmente por pouca convivência. Temos, vergonhosamente, uma certa dose de "compaixão", nos colocamos no lugar deles e entendemos as dificuldades que tem e o "trabalho" de seus familiares. Porém, o portador de alguma necessidade especial quer exatamente o contrário: não quer ser visto como alguém descomunal, digno de pena e muito menos gerador de transtornos e peso para os seus, mas como ser humano, igual a todos em direitos e respeito.

    Historicamente, é relativamente recente esta visão no Brasil e no mundo. Ora, como devia ser horrível viver na Idade Média, por exemplo, onde a escuridão das mentes pairava sobre a humanidade! E não somente em relação aos deficientes físicos ou mentais, mas para inúmeras questões, de saúde, higiene, religião, sexo, etc. Nos tempos das fogueiras, da inquisição, do desconhecimento e do preconceito. Mais adiante, com os avanços da Ciência, e falando em religião, com o  cristianismo, começou a surgir uma luz para a humanidade.
   No século XIX começaram os estudos mais profundos da mente humana, da psiquiatria, da genética. As diferenças começaram a ser vistas com outros olhos, para alívio e consideração a tantas pessoas acometidas por mazelas diversas, síndromes, distúrbios, transtornos e deficiências. Passou a haver a possibilidade de educação, de inserção social, de convívio sem preconceito, de formas de tratamento. Pasmem, até despojados de alma eram vistos em outros tempos!

     Grandes avanços e vitórias foram surgindo e a maior delas, vencer o preconceito, que ainda existe, mas em reduzida escala. Os portadores de necessidades especiais passaram a ser amparados por lei, assistidos e ouvidos. Hoje vemos deficientes no mercado de trabalho, se comunicando por sinais, lendo em braile, participando ativamente da vida em sociedade. E não mais merecedores de compaixão, mas sim, de admiração e respeito, como todo ser humano.

     Em termos de escola, a educação deve ser inclusiva, onde o portador de necessidades educacionais especiais possa conviver com todos, aprender junto, apesar das dificuldades e limitações.
       
"Ao invés de o aluno ajustar-se aos padrões de “normalidade” para aprender, a escola deve ajustar-se à “diversidade” dos seus alunos. Pessoas com deficiência mental são as que mais necessitam de apoio educacional porque esse tipo de deficiência é o mais frequente na população, requerendo, portanto, uma atenção maior do sistema escolar. A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos." (Rodrigues)

     Portanto, como professores, o desafio se torna maior ainda: além de vencermos os próprios desafios, fomentar a convivência respeitosa entre os alunos e proporcionar ao portador de necessidades educacionais especiais, um aprendizado coerente, dentro de suas potencialidades.


Referencias:

Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim. Educação especial: história, etiologia,
conceitos e legislação vigente / Olga Maria Piazentim Rolim Rodrigues, Elisandra
André Maranhe. In: Práticas em educação especial e inclusiva na área da deficiência
mental / Vera Lúcia Messias Fialho Capellini (org.). – Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.

domingo, 3 de setembro de 2017

Eixo VI - novos aprendizados



     Estamos iniciando mais um semestre, onde a inclusão será o termo que irá permear as interdisciplinas e o aprendizado.

"Estar junto é se aglomerar com pessoas que não conhecemos. Inclusão é estar com, é interagir com o outro". (Mantoan)

     O foco serão as práticas pedagógicas, currículo e ambientes de aprendizagem, a docência e processos educacionais inclusivos. Serão abordadas questões étnicas e raciais na educação, alunos com necessidades educacionais especiais, desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da  psicologia e filosofia da educação.
     Segundo a educadora Maria Teresa Égler Mantoan, "na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa."

       "A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito à educação."(Mantoan)

     Que sejamos capazes de perceber diferenças, situações de preconceito e desigualdades, e que tenhamos a sensibilidade para acompanhar estas situações em nosso cotidiano escolar e educar para um mundo mais humano, com mentes mais abertas. 
        Bom estudo e muitas aprendizagens para todas nós!



Referencias:

CAVALCANTE, Meire. Inclusão promove a justiça. Nova Escola. Revista digital. https://novaescola.org.br/conteudo/902/inclusao-promove-a-justica

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?.Ed. Moderna.