quarta-feira, 26 de abril de 2017

Novas dificuldades em novos tempos

   
 

“Quantas redes sociais são necessárias para preencher o vazio existencial?” (Karnal)

      “Dificuldades de relacionamento em tempos de redes sociais”, este é o tema  que pauta uma pesquisa em grupo, no Pead V , adentrando  na psicologia da vida adulta. Os relacionamentos em si somente são complexos, veremos então sob outra ótica em um mundo de novas tecnologias e possibilidades virtuais.
     Penso que o modo como os relacionamentos convencionais se perpetuaram até hoje                 está se desvaindo. Não se imagina mais viver sem internet, redes sociais, aplicativos,               mensagens instantâneas que transformam e interferem no modo como nos relacionamos.
     Em uma visão rápida de outrora (diga-se: alguns poucos anos atrás) as relações familiares eram baseadas na conversa, no olho no olho, ao redor da mesa das refeições ou na roda de chimarrão, tomando por base a cultura gaúcha. As relações com meros conhecidos mantinha-se limitada e com certa reserva. Parentes se comunicavam com cartas e estas demoravam dias para chegarem ao destino. Aguardava-se com calma a chegada da resposta. Convites eram entregues pessoalmente e em tudo havia o contato humano.
     Amigos eram as pessoas com quem podíamos contar, que ligávamos alguma frequência para saber como estavam e  visitávamos regularmente para conversar ou celebrar a amizade. Pais falavam com seus filhos, que por sua vez paravam o que estavam fazendo e ouviam. Romances ou mesmos os encontros casuais eram frente a frente, onde havia uma distância necessária que determinava um sim ou não, até um talvez bem definidos.
     Nostalgia? Talvez sim, mas nada era rápido, nem tão eficaz, pois o mundo parecia que girava em uma velocidade menor, e os relacionamentos também seguiam este ritmo.  Agora vivemos na era digital, em uma velocidade absurda  e acabamos virando reféns tecnológicos. Acostumamo-nos  rapidamente e apagamos o olho no olho, o que demora, tudo o que se estende, o que dá trabalho.
    Em pouco tempo as vantagens do mundo digital tomaram conta de nossas casas, nosso trabalho, pensamento  e nossas vidas. Para que conversar com o filho sobre o dia que passou, se nas redes sociais conseguimos saber (supomos) onde esteve,  o que fez, com quem andou? Para que sair de casa e encontrar um amigo, se podemos apenas curtir as coisas que ele posta, e temos uma legião de amigos virtuais que apreciam tudo que fazemos?
    Perguntas como estas exemplificam as facilidades encontradas na era digital, mas quando nos damos conta, já fizemos substituições demais em nossas vidas, e nem sempre sabemos lidar com os entraves que vem junto com este “pacote tecnológico” que aceitamos. Os limites perderam os parâmetros e não sabemos distinguir as fronteiras do bom, do aceitável, do ideal. Ficamos confusos ante estes novos tempos, onde as pessoas perderam o senso de privacidade e sentem-se exageradamente íntimas umas das outras ao mesmo tempo em que se distanciam cada vez mais.
   Os efeitos devastadores da alienação digital vão se revelando, principalmente entre jovens e crianças, uma geração marcada por relacionamentos on line, impessoais e formadores da personalidade. Ouvem-se mais as novidades virtuais do que uma pessoa real e próxima, como nos jogos suicidas que invadem nossas casas pelo computador e dispositivos que transformam pessoas em quase “zumbis” da atualidade.
    Leandro Karnal, sob semelhante análise, nos questiona: “Quantas redes sociais são necessárias para preencher o vazio existencial?” E a pergunta continua: "Como enfrentar os problemas de relacionamento advindos da ascensão tecnológica e uso exacerbado de redes sociais?"

Referências:

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Refletir para agir melhor

"O sábio respondeu: “podemos cometer alguns excessos de vez em quando. Mas é sempre bom parar, e refletir sobre o que fazemos na vida”. Confucio
   Refletir é pensar um pouco mais. É pensar de novo, é pensar sobre o que já foi anteriormente pensado. É questionar, revisitar o que já foi tomado como definitivo. É desconfiar do que já decidimos como certo.
    Refletir é pausar o fluxo das ações e analisar. É reavaliar o que estamos propondo ou construindo. É parar, olhar, mudar concepções, interferir e alterar o prumo, ou não.
   Este olhar sobre, através e além do que estamos empenhados que nos permite evoluir, avançar e reestruturar o que realizamos em todos os âmbitos de nossa vida. 

Referências: 


sexta-feira, 14 de abril de 2017

Apesar de...


Talvez Jesus, traído, ferido e humilhado, tenha nos deixado uma grande lição: amar, tolerar, enfrentar, apesar de tudo...
...Apesar de não termos atingido nossos objetivos,
...Apesar de sermos caluniadas.
...Apesar de ficarmos esgotadas ao final do dia e do ano e zombarem de nós por isso.
...Apesar de não sermos reconhecidas e valorizadas como pessoas ou profissionais.
...Apesar de sermos agredidas verbalmente, ou mesmo fisicamente.
...Apesar de pensarmos em desistir.
...Apesar de não termos a grandeza de espírito que o Mestre teve e não sermos dignas de qualquer comparação.
Mas temos algo dentro de nós que manda prosseguir, como mães, como educadoras, como mulheres. Temos uma luz que nos guia. Tem uma força maior que nos sustenta. Temos uma faísca da chama libertadora que o Mestre acendeu.
Temos a esperança que resiste e persiste.
Temos um pouco do amor do Mestre que vive em nós!

Meandros da mente humana


   A psicologia é sempre um assunto que nos interessa, dadas as venturas e desventuras da vida, situações vividas ou testemunhadas, inquietações que nos fascinam ou perturbam e não encontramos uma explicação, assim fácil, na área de domínio de nosso conhecimento.
   
 Como mães temos tantas dúvidas, questionamentos acerca da psicologia infantil, a fim de bem educarmos nossos filhos e compreende-los melhor.
    Como professoras também temos a vontade de entender e ajudar os alunos em seus conflitos ou dificuldades.
   Mas como pessoas, seres humanos adultos, com vidas ora dilaceradas por lembranças amargas, ora por perturbações diversas que desassossegam o cotidiano, ora atitudes inóspitas que nos deixam frustradas com a gente mesmo, ora com temores infundados, traumas desconhecidos, entre tantas outras coisas a citar, como ficamos?
   Penso que a Psicologia da vida adulta vem de encontro a nós mesmas, com nossos problemas, dúvidas, confusões, insatisfações e incoerências que vivenciamos ao longo de nossos dias e anos.

 Muitos assuntos podem ser debatidos e compreendidos em uma busca mais profunda e eficaz de nosso inconsciente, base de todo psiquismo. Acredito que muitos temas serão levantados no semestre e abrirão o leque de incógnitas que assolam a mente humana, mas que estão ao alcance de todos, para elucidar seus meandros. 



Referencias das imagens: http://www.neurokinder.com.br

Trabalhando com projetos


  Trabalhar com projetos envolve um aprendizado mais significativo, assim como compartilhar ideias e ações que fazemos com nossas colegas professoras.
    Ao trabalhar com as crianças em nossas escolas temos muitas ideias, possibilidades de temas e assuntos pertinentes a realidade da turma, do entorno da escola ou contexto onde vive nosso aluno. Mas torna-se mais importante, e até democrático, que os temas sejam escolhidos por quem é o beneficiado direto: o próprio aluno. Não se toma como ideal temas escolhidos pelo corpo docente, gestores ou esferas superiores, como Secretarias de Educação ou de Saúde, por exemplo. Evidente que somos induzidos a trabalhar certos assuntos de interesse coletivo, por causa maior, como epidemias, consciência negra  ou semana do município, por exemplo.
   Mas, paralelamente as sugestões, ou mesmo imposições, podemos desenvolver projetos, curtos ou extensos, sobre assuntos que contemplem dúvidas e curiosidades de nossos alunos e justifiquem todo esforço fomentado. 
    A concepção de trabalhar por projetos esbarra em outra realidade, especialmente sentida nas turmas iniciais da Educação Infantil, onde me encaixo, com responsabilidade sobre o Berçário 2. A realidade consiste em tais crianças tão pequenas, já consideradas alunos, não demonstrarem ou relatarem seu próprios interesses, dada a imaturidade biológica e cognitiva. Pensamos, então: Como criar um projeto que contemple tão tenra idade, em seus interesses e necessidades? 
     Creio que a resposta seja elaborar um projeto que se adapte a faixa etária e faça sentido aos pequenos, e nós, professoras, somos procuradoras que, supõe-se, saibam efetivamente o que as crianças gostam ou necessitem. Podem ser temas simples, envolvendo afetividade, socialização, amizade, pequenos animais ou alimentação, por exemplo. No ano passado passei por tal desafio e escolhi, em nome dos alunos, trabalhar o tema descobertas do eu, como pessoas conhecendo e experimentando o mundo e suas capacidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais.
    Para os próximos dias terei que definir um tema a ser desenvolvido novamente com os pequenos alunos e terei que ter um olhar bem aguçado e carinhoso sobre a turma, para fazer a escolha ideal.
   Como   aluna no Pead, pretendo compartilhar minhas expectativas, experiencias e aprendizados com minhas colegas que vivenciam situações semelhantes, ou até diferentes, em seu dia a dia. Suponho fortalecer meu trabalho docente e discente com esta prática  e produzir bons frutos nesta empreitada pedagógica. 
   Talvez Paulo Freire expresse vivamente o que seja trabalhar com projetos,  na alegria de trabalhar temas que nos inquietam: "Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança de professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos à nossa alegria." 
   Espero que todas consigamos aprender e ensinar efetiva e significativamente, nos inquietando e buscando respostas.



Referencias: 

Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 43. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011

domingo, 9 de abril de 2017

Eixo V - iniciando...

       Após período de férias, iniciamos mais um eixo de aprendizagens. Com certeza o ritmo inicial será mais lento, dado o afastamento, essencial e necessário, dos estudos. Somos pessoas integrais, com vida familiar e social, professoras que precisam um tempo de descanso, físico, mental e emocional, para estarmos revigoradas para um novo ano letivo, tanto como alunas como docentes.
     
    Para iniciar o ano de estudo, precisamos fortalecer nossa vontade de crescer e superar adversidades, as "pedras" do caminho. Mas certamente o caminho também terá muitas flores, que foram regadas pela persistência.