quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Os primórdios e os interesses da escolarização

   Analisando a escolarização sob a perspectiva histórica, em seus primórdios, utilizando a leitura A MAQUINARIA ESCOLAR -http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo2/historia-infancias/maquinaria/- como referencia, posso destacar alguns tópicos, que descreverei a seguir.

Escola como instituição

   Somente a partir de meados do século XX a escola, para as classes populares, tornou-se publica, obrigatória e gratuita, sob o poder do Estado, em vista de manter as crianças na escola entre seis e dezesseis anos, afastando-as do trabalho infantil.

Interesses envolvidos

  Durante o Renascimento os homens da Igreja e os moralistas desejavam continuar com seu prestígio e poder frente as monarquias e novas formas administrativas.



  Formaram-se inúmeras congregações religiosas, com internatos e seminários, tornando-se necessário que pessoas fossem instruídas nos moldes do catolicismo, ou protestantes, e os princípios, desta forma, conservados.
A criança pobre seria ‘domesticada’ desde a tenra idade e iria seguir sua vida nos princípios e normas da religião, de acordo com a moral imposta, sendo objetos de dominação.

                                            

                                            Estrutura física

  A escola, desde os primórdios, no Renascimento, se constituiu em espaço fechado para isolar o aprendiz dos adultos e prazeres do mundo e suas influencias nocivas. Os meninos, além de aprender a ler e escrever, aprendiam os preceitos cristãos e a levar uma vida de retidão, visando desenvolver algum ofício no futuro, serem sacerdotes ou professores, conforme a inclinação de cada um. Obviamente que os conteúdos, para estes alunos, eram limitados, ficando longe das línguas, literaturas e esportes que distinguiam a categoria social. As carteiras enfileiradas definiam limites e promoviam o isolamento, necessários a disciplina e a ordem.



As pedagogias 

  Os castigos físicos aos poucos foram substituídos por um tratamento mais amoroso, principalmente pelos jesuítas. O aluno era estimulado a estudar, além de se tornar um cristão exemplar.


Aos poucos percebe-se a necessidade de graduar o aluno e separar conforme a idade, inteligência e condição.
As aulas passaram a ser no quadrado da sala, com atividades intensas e exercícios escritos, onde o aluno tinha deveres a cumprir, sem questionar. Os alunos passaram a prestar exames e participar de debates públicos, na presença de familiares, com ênfase no mérito individual e na busca do êxito escolar.

 O Professor 

   Inicialmente eram religiosos, e depois profissionais do Magistério, com o início da Escola Normal que estava incumbida de formá-los. Do professor era esperada uma conduta exemplar, dentro de rígidos padrões morais. O professor não detinha apenas o saber, mas técnicas de domínio de e domesticação. Os professores eram oriundos de classes intermediárias e admiravam a burguesia e seus valores. O professor recebia baixa remuneração, pois seu ofício era comparado a um sacerdócio, cheio de virtudes e além dos bens materiais.

Escola como instrumento de mudança  

  A partir da institucionalização da escola, esta passou a ser agente de transformação da sociedade, porém novamente subjugados ao poder de higienistas, filantropos e reformadores sociais, os novos moralizadores das massas. Era necessário manter a classe trabalhadora conformada, sem lutas sociais a fim de preservar a estabilidade política. A base da educação era o autoritarismo e a exigência da disciplina e da submissão do aluno ao professor, geralmente um representante do Estado, um servidor público, com cargo de respeito.
















quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Desvendando a mente humana


  
   O conhecimento de certos conceitos da Psicologia torna-se muito útil para compreendermos o que se passa no nosso interior e ajudar a entender um pouco mais os outros. A partir das teorias freudianas podemos trabalhar o autoconhecimento, que é libertador e promove a paz consigo mesmo de muitas questões perturbadoras.
  Trabalhando com crianças no cotidiano escolar, muitas vezes percebemos atitudes agressivas, perturbações emocionais, distúrbios, dificuldades cognitivas e de relacionamento e problemas diversos envolvendo a autoestima das crianças. 
   Sabemos que o inconsciente da pessoa rege muitas ações em nossa vida e que geralmente não compreendemos. O inconsciente é como “uma outra pessoa” dentro de nós e não a conhecemos ou lembramos, pois sua estada ocorreu muito cedo, na infância ou mesmo no útero materno.
  Quantas emoções assimiladas, traumas sofridos, afeto negado, sensações diversas de rejeição, abandono ou desamor fazem parte do inconsciente. Mas podem se manifestar ao longo da vida em forma de timidez excessiva, agressividade, melancolia, tristeza profunda, síndromes variadas e surtos, doenças psicossomáticas, entre outros exemplos.
    Do mesmo modo, a compreensão de aspectos da mente, como o impetuoso ID ou o rígido SUPEREGO comandando o nosso EGO, nos permite também o entendimento da luta interna que tantas vezes travamos.      
  Outro aspecto importante na promoção do autoconhecimento são os mecanismos de defesa, pois frequentemente ocorrem situações em que agimos de forma estranha, ou seja, fazemos  uso destes sem percebermos. Quantas vezes negamos situações ou fatos, não aceitando uma realidade, por exemplo. Ou racionalizamos uma situação e depois acreditamos na inverdade que nós mesmos construímos ou projetamos para outra pessoa.
   Com certeza as teorias e conceitos de Freud abriram as portas da mente humana, para conhecer, entender e agir de uma forma mais coerente e afetuosa consigo e com os outros. O estudo da mente abriu não só as portas, mas as asas do conhecimento sobre o ser humano.                                                                                    


sábado, 17 de outubro de 2015

História coletiva



   Sempre gostei de inventar histórias para as crianças nas turmas em que atuei, na educação infantil. Na interdisciplina Seminário Integrador II, surgiu a proposta da HISTÓRIA COLETIVA, com os participantes tendo que continuar o texto que a colega anterior escreveu, dando nexo ao que foi iniciado. 
    Ao longo dos anos, escrevi alguns livros artesanais, para menores de 5 anos, que deixei na biblioteca da Escola para compartilharem.


   Também costumo montar um livrinho para as crianças, unindo um tema trabalhado com algumas atividades artísticas e motoras, como pinturas ou rasgadura, por exemplo. Geralmente invento uma história que será a base dos trabalhos e utilizo as atividades para complementar. 
    Agora estou trabalhando o tema Diversidade, e confeccionei uma boneca de pano negra, com o cabelo trançado. Esta boneca visita a casa das crianças e junto vai uma história com lacunas a serem preenchidas pelos pais, como por exemplo, quais brincadeiras seu filho realizou com ela, ou a descrição física. 
   Esta história é interativa, e no final do ciclo escreverei uma única história, juntando os elementos apresentados, com o objetivo de mostrar ás crianças (e pais) o valor e o respeito pelas diferenças e como podemos conviver bem, no caso, uma menina negra, de cabelo diferente do que costumam ver. Tirei algumas fotos das crianças brincando com ela, que depois irei incluir no livrinho.
    
   Por já gostar de histórias infantis escolhi o tema COMÉDIA, na História Coletiva, ao ver o início do texto.
    A história fala de um macaco chamado Simão, que percebe, apavorado, seu rabo todo pelado... um bom "pano pra manga", com certeza!


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Dia dos Professores


   Ser professora de Educação Infantil é uma tarefa adorável, pois trabalhar com crianças tão pequenas é muito gratificante, pelo carinho, pela espontaneidade, pela alegria.




  
   Uma tarefa que exige dedicação, sensibilidade, compreensão e envolve esperança, valores, confiança.

   Que neste Dia dos Professores estejamos fortalecidas, com todo empenho e boa vontade, acreditando um pouco mais na vida e prossigamos com coragem e orgulho de sermos professoras, mesmo que muitos não valorizem e nos considerem meras cuidadoras.

sábado, 10 de outubro de 2015

Infância pós-moderna



 O ser humano está em constante transformação, assim como o pensamento coletivo e o andar da humanidade.

   A ideia de movimento e de mudança fundamentam a vida pós-moderna. Velhos conceitos e valores são repaginados, baseados na saturação da crença na ciência, na garantia de uma vida feliz e bem administrada, na segurança e na razão. A velocidade do tempo atual não permite estagnações, crenças absolutas nem confiança plena em qualquer coisa, pessoa ou situação.
      A base do pós-modernismo é a inconsistência, a liquidez, o excesso, a impermanência, a velocidade e o hábito desenfreado do consumo – de coisas, de pessoas, de ideias, de serviços ou mesmo de ilusões.





        Tudo se pode adquirir, usufruir, participar, mostrar.

       O que importa é ser feliz agora, produzir mais para consumir mais, usufruir espremendo o sumo até perder a valia, para tornar nossa vida mais alguma coisa que não se sabe bem o que. E nem por quanto tempo e nem ir para onde.
 As crianças vivem no mundo que os adultos deixaram, com a educação na pauta do dia e valores reinventados.
 A questão é saber como educar as crianças na pós-modernidade, frente a tantas mudanças que ocorrem, sem precedentes no andar da humanidade.





   
 Elas vêm de casa, desde o nascimento, inseridas em ideias consumistas e valores muitas vezes vazios.


 Nós, como escola e como professoras, temos é que dar um norte, visualizar uma linha de chegada aos aprendizados para que o aluno não só decore conteúdos, mas aprenda a compartilhar conhecimentos, pesquisar e pensar por sua mente, com senso crítico e discernimento.

 Do mesmo modo, a mídia cria necessidades irreais que a criança não tem maturidade para refletir a respeito e a família está muitas vezes omissa, mergulhada em preocupações que o próprio consumismo gerou.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

A busca de um norte para a educação

 
   Assistindo o vídeo do Pink Floyd, "Another brick in the wall", na aula presencial da interdisciplina ESCOLARIZAÇÂO, ESPAÇO E TEMPO NA PERSPECTIVA HISTÓRICA, voltei no tempo, às cadeiras escolares de minha infância.

   



     Estudei em Grupo Escolar, nos anos 1970 e início dos anos 80, em plena ditadura militar, em meio a aulas de Educação Moral e Cívica, desfile de Sete de setembro com marcha, entoação do Hino Nacional toda semana, respeito quase devocional aos diretores, uniforme e toda cultura escolar daquele tempo.


     Antes da aula era feita fila por altura, a "vistoria" do uniforme, para ver se tudo estava adequado com as normas. Respeitávamos os professores e os poucos "anarquistas" eram repreendidos, com advertências ou os pais eram chamados, mas a vergonha pública era o que mais marcava. 

    A escola atual não mudou muito desde aquela época. Na escola estadual que minha filha estuda, fazendo o Ensino Médio, ainda vejo muita coisa igual. O que mudou foi a liberdade de expressão e, infelizmente, um visível desrespeito para com os professores, ou pena por pertencerem a uma classe "desprezada financeiramente" e a ideia geral do "não dá nada" para qualquer infração. Sinais de uma sociedade que perdeu o norte, mostrando-se confusa e pais sem autoridade.

  As manifestações de civismo são raras, com poucas "Horas Cívicas", predominando a ideia, entre os estudantes, de um país sem jeito e políticos corruptos. O verde-amarelo refere-se mais ao futebol do que à Pátria.



    Talvez a geração que viveu entre o tempo do vídeo do Pink Floyd e esta de agora, nas esferas escolares, "chutou as carteiras do sistema", mas ainda procura um norte para a educação dos seus filhos. 

domingo, 4 de outubro de 2015

Sentimento de culpa - a infância na mídia

                  Tenho observado que muitas propagandas de televisão utilizam uma brecha deixada pelos pais, sobrecarregados das tarefas diárias, para incutirem sutilmente um sentimento de culpa em relação ao cuidado dos filhos. Filhos lembrando os pais de fazer isto ou aquilo, de consumir este ou outro produto, mais saudável, etc.

                    
A inversão dos papéis na família de hoje


          Quantos pais se identificam com os pais alheios da propaganda, se sentindo culpados por não estarem atentos o suficiente as "necessidades" dos filhos e mostram mais inteligentes que eles próprios.


               Uma propaganda me chamou a atenção:  uma marca de água mineral passa a ideia de uma desintoxicação no organismo, nada que seja desconhecido do seu público alvo, mas o apelo infantil dá superpoderes  aquela água. E os pais cedem facilmente aos rostinhos faceiros das crianças que "sabem de tudo".

            Tem me chamado a atenção, e não é de hoje, o quanto a mídia e a indústria direcionada ao público infantil apodera-se da fragilidade dos pais, uma vez que o mundo em seu contexto geral é consumista e descartável. Mas como as gerações passadas foram privadas de "muitas coisas", hoje os pais compensam sua própria ilusão consumista frustrada da infancia, provendo tudo que há de novidade para deixar seus filhos felizes, na esperança de terem uma vida melhor. E quem lucra com isso são as indústrias, comércio e a mídia, com a publicidade muito bem orientada para estes fins.




   

Estamos todas juntas!


      Assistindo o vídeo da primeira aula presencial de Psicologia 1, pude perceber mais nitidamente como estamos todas no "mesmo barco" de vivências e aprendizagens!




     Ao ingressar no Pead tinha  a impressão de que eu era uma "ET", que pousou e tinha uma faculdade para desbravar. 
       O pensamento interiorano de que todos as colegas tinham mais experiência  e conhecimentos às vezes tomava conta. As dificuldades do PB works me faziam pensar como seria difícil continuar. 



     Mas a vontade de seguir em frente era irreversível. Teria que enfrentar a distância que tinha, indo de ônibus, e os novos aprendizados. Capacidade sabia que tinha, força de vontade também. Mas o cansaço às vezes tomava conta.
    
 Ao assistir o vídeo e ter participado dos teatros me fez confirmar o que já havia constatado: estamos juntas! Todas enfrentam os mesmos desafios, experiências, medos, cenas diárias... nas escolas e na vida. 
   

                                                                      Carinhosamente, Cláudia