domingo, 25 de junho de 2017

Conselhos escolares x realidade


       Percebo em meu município, São Vendelino (no vale  do Caí), uma tentativa de cumprir a legislação que propõe o funcionamento de CEs nas escolas, mas que, na prática, está aquém do que poderia ser. Na realidade existe apenas um Conselho Municipal de Educação, com dois representantes de cada escola, considerando ser uma cidade muito pequena.
Os princípios do Conselho Escolar fundamentam-se na igualdade, na paridade e na transparência das ações.  Segundo o site da Secretaria Estadual da Educação (SEDUC):

O Conselho Escolar mobiliza, opina, decide e acompanha a vida pedagógica, administrativa e financeira da escola, exercendo o controle social da educação e desempenhando as seguintes funções: normativa, consultiva, deliberativa, fiscalizadora, mobilizadora e de unidade executora. (CURY, 2005)

Há problemas estruturais e irregularidade no cumprimento das reuniões. Desde dezembro do ano passado não há mais reuniões, com o cargo de presidente em aberto, pois a mesma se aposentou, estão à espera de novo chamamento da Secretaria de Educação para nomear novos representantes, dois de cada escola. Ou seja, não está cumprindo seu papel ativo na educação.
Uma questão fundamental sobre a Gestão democrática, afirmada pela Lei n. 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), se confirma em meu município e pergunto: "Porque somente professores fazem parte do Conselho Escolar?” Anos atrás os pais que foram indicados não conseguiram conciliar trabalho com o horário das reuniões, em terças-feiras, às 8 horas da manhã. Não me parece nada democrático estipular, verticalmente, quem fará parte do Conselho e quando serão as reuniões, favorável somente aos professores, que participam em seu horário de trabalho. Do mesmo modo, passado um semestre inteiro, ocorre a famosa procrastinação, pois uma esfera espera pela outra para retomar os trabalhos e definir a nova estruturação do CE, tendo como justificativa a troca de administração municipal (em São Vendelino, duas vezes em três meses, pois houve eleição suplementar) e consequente troca de gestores escolares.
Sei da importância de ter Conselho Escolar em meu município, pois há uma interligação entre as escolas, sejam de Educação Infantil, Ensino Fundamental ou Médio, pois o que ocorre no maternal, por exemplo, pode refletir mais adiante nos anos iniciais, e assim por diante. Considero muito válido que as decisões sejam conjuntas e compartilhadas, pois em um passado nem tão remoto, não se tinha voz para nada na escola, apenas era preciso acatar o “pacote” que vinha pronto, seja do Governo Federal, Estadual ou da Prefeitura. Há pouco tempo ainda se falava na necessidade de adaptar a educação a realidade do aluno, ou do contexto em que a escola está inserida, e agora já se pode dizer que muitas decisões e diretrizes importantes são pensadas em reuniões periódicas de segmentos-base da educação, como os professores, e se possível, que seja com os pais e os próprios alunos.
Entrando na questão dos pais, vejo em minha escola um CPM (Círculo de Pais e Mestres) participativo, atuando no sentido de cobrar melhorias e sugerir possibilidades. Talvez seja preciso fazer uma ponte que ligue suas funções no CPM com o Conselho Escolar, ainda não estruturada, por ora em organizações diferentes. Da mesma forma, atualmente não existem mais os “Grêmios Estudantis”, que em meu tempo de escola era atuante. Com certeza, com a existência de agremiações estudantis seria mais uma faceta da educação sendo exposta, a do maior interessado - o próprio aluno, que usufrui e é beneficiado com tudo que é decidido e aplicado na escola.

Referências:
CURY, Carlos Roberto Jamil. O Princípio da Gestão Democrática na Educação: Gestão Democrática da Educação Pública In: In: BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Gestão Democrática da Educação. Brasília, 2005.












sábado, 24 de junho de 2017

Regressões

     
Refletindo...
     Quantas vezes demoramos para levantar, querendo aquela atenção da mãe-vida, que diz: "Já vou", mas não vem nunca... Choramos mas ouvimos: "Deixa de fazer manha!"... Queremos colo e ela diz: "tá querendo demais, tá mal acostumada!". Aí somos deixados no chão duro e gelado da vida, pra ganhar "imunidade" e aprender a se virar... Quando fazemos cara feia ainda dizem: " O que houve, sempre foi tão querida..." Quantas vezes regressamos ao útero e vemos que era o único lugar quente e protegido...
      É só uma introspecção, um "Déjà vu", comparações exacerbadas no teatro existencial da vida.

 

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Análise da escola - Gestão democrática

"A gestão democrática é entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar, pais, professores, estudantes e funcionários na organização, na construção e na avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola."

   
    Trabalho em Escola municipal de Educação infantil e participo tanto da educação/ensino das crianças, visando a autonomia e preparando pequenos cidadãos, como faço parte do conselho fiscal do Círculo de Pais e Mestres.
    Percebo que os processos colaborativos dizem respeito as parcerias feitas entre escola/pais/ CPM/Emater/empresas/Prefeitura, etc. A escola relaciona-se  com vários segmentos que se preocupam em colaborar com o melhor funcionamento da mesma. Como exemplos: próximo da escola há uma fábrica de concreto que doou, espontaneamente, “muro-flores” para fazer horta (canteiros). A Emater participou recentemente com o plantio de mudas nativas no pátio da escola. Os pais venderam rifa no ano passado para fazer diversas melhorias. Os funcionários do departamento de obras da Prefeitura realizam capina e o corte da grama. Avós das crianças são convidadas para participar de atividades, como uma vovó que vem, quando convidada, contar histórias de antigamente ou outra que vem fazer bolo/biscoitos com o maternal. Uma vizinha recolhe diariamente todo lixo orgânico da escola.
     A gestão democrática divide decisões importantes com o CPM, como o destino de recursos e prioridades, como comprar ou não brinquedos caros como uma brinquelandia, ou fazer toldo no acesso da escola, por causa da chuva. Contraditoriamente, o CPM decidiu pela compra de um toldo, mas a diretora decidiu não comprar, e usou o dinheiro com outras coisas.
     A noção de cidadania se dá na Educação Infantil, pois desde pequenos tem regras a seguir, como esperar a vez de falar, por exemplo, ou recolher os brinquedos que usou. Do mesmo modo, todos têm direitos iguais e o que um não pode fazer, vale para todos, como não trazer guloseimas para a escola.
     A autonomia é promovida desde o berçário, pois queremos pessoas capazes de pensar por si próprias, independentes e com atitude. Quanto mais cedo aprenderem a cuidarem de si (vale lavar as mãos, tirar o próprio calçado ou comerem sozinhas), ou terem autoconfiança (o professor deve incentivar, elogiar, delegar “tarefas” ou sugerir recontar histórias, ou apenas confiar nas potencialidades da criança), mais autônoma e segura ela será. Muito embora algumas monitoras preferem dar comida na boca (mesmo que as crianças já sabem manusear bem a colher e comer sozinhas) para que não se sujem!


Referências:

DOURADO, Luiz Fernandes. MORAES, Karine Nunes. OLIVEIRA, João Ferreira. Gestão escolar democrática: definições,princípios e mecanismos de implementação.escoladegestores.mec.gov.br/site/4sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_1.pdf

                        


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Trabalhar em equipe

     Trabalhar em grupo não é tarefa das mais simples. Imaginemos seis alunas totalmente diferentes umas das outras, em idade, pensamento, turma de atuação, endereço e interpretação das atividades... Este é o desafio do Eixo V do Pead.
  Nos juntamos, na interdisciplina Projeto Pedagógico em ação, por termos uma relativa proximidade, pois nos reunimos no semestre anterior para realização de um Projeto de Aprendizagem. Porém, neste semestre, os projetos são individuais e somente a síntese analítica e reflexiva é coletiva, de forma colaborativa. 
  Cada integrante iniciou seu PA com sua turma, mas de modo descompassado, com etapas realizadas em tempo desigual umas das outras.
    O maior entrave se deu na compreensão das atividades,  pois cada uma interpretou de um modo diferente. Talvez por isso trabalhar em equipe é um desafio. O desafio de enxergar suas possibilidades, sanar dúvidas, manter conversação, analisar  e compreender, saindo da zona de conforto.