A recente atividade proposta na Interdisciplina FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO veio ao encontro de situações vivenciadas em nosso dia a dia. Após leitura do texto: "O dilema do antropólogo francês", tivemos que defender ou contestar a atitude tomada por ele.
Esta atividade serviu para nos mostrar que sempre há uma outra opinião, diferente da nossa, que devemos ouvir e respeitar, pois pode estar baseada em outra cultura, outro costume ou moral. Por mais que julgamos correto nosso julgamento, devemos dar oportunidade para o outro se manifestar, e não raramente, acabamos mudando nossa visão sobre o fato ou objeto em questão.
Argumentar é essencial para expor nosso pensamento, onde defendemos nossa ideia e contestamos o que acreditamos ser diferente. Porém o diálogo entre as partes é necessário, seja em uma discussão, uma conversa com os pais de nossos alunos, com coordenadores pedagógicos ou direção de escola, nas redes sociais, onde deparamos com ofensas e inverdades, ou simplesmente nas conversas em família ou com amigos.
O dilema moral do texto apresentado foi uma comparação com nossa vida prática, onde temos que tomar atitudes que podem agredir o outro ou a nós mesmos, ora consentindo para o "bem comum", ora indo contra nossos valores, ora facilitando um aluno em situação de reprovação, por exemplo. A ética muitas vezes é violada, dada a relatividade da moral vigente. Este texto vem contemplar nossa defesa, nossa argumentação e faz vermos que temos que expor nosso ponto de vista, mas considerar e respeitar o dos outros.
Texto apresentado:
"O dilema do antropólogo francês
Claude Lee, antropólogo francês, há dez anos vive numa ilha de um arquipélago na Polinésia. Sua missão é pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Os costumes dos nativos são bastante diferentes dos costumes dos franceses, mas ele tem o cuidado de não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial. Como poderíamos abstrair sinceramente a concepção de mundo que herdamos da nossa cultura e avaliar imparcialmente todas as culturas?
O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas. Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pelo cultura do avaliador.
Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo-de-vida dos habitantes do arquipélago. Entre os costumes destes, existe o de considerar intocável o povo da ilha X, pois seriam feitos de uma substância diferente daquela da qual os seres humanos são constituídos, de tal modo que, ao se tocar um morador da ilha X, ele se transformaria em areia e água.
Num dia de temporal muito forte, um náufrago veio dar na ilha onde o antropólogo estava morando. Ele percebeu que este homem era habitante da ilha X e que estava bastante ferido, mas que poderia ser facilmente curado, desde que os nativos o cuidassem. Estes, contudo, por força de seu costume, não querem tocar no náufrago
Claude Lee, após refletir sobre o assunto, decidiu continuar não intervindo nos costumes dos nativos da ilha." (Autoria desconhecida).