domingo, 25 de março de 2018

Aquisição da linguagem

     Como acontece a aquisição da linguagem na criança pequena?

   Trabalhando há anos com Berçário posso afirmar que a criança tem potencialmente o necessário para se comunicar, a não ser que apresente dificuldades como não ouvir (surda) ou autismo, por exemplo. Descartadas estas possibilidades, será progressivo o desenvolvimento da linguagem. Começa com balbucios, a partir de sons e fonemas que ela consegue produzir. Ao ouvir os sons do ambiente ela dirige seu olhar e atenção aos mesmos, percebendo que o mundo é sonoro.

     A criança pequena vê que os outros ao seu redor produzem sons com os lábios, comunicando algo, e ela, automaticamente, tenta reproduzir. Faz uma verdadeira "leitura labial" de quem se aproxima. Que felicidade conseguir reproduzir e comunicar o que deseja ou desagrada! 
   Quando a criança é estimulada a desenvolver a oralidade, mais facilmente irá compreender o mundo em volta e conseguirá se expressar. Em questão de tempo, surgem sílabas e palavras curtas e, com o avanço, começará a ampliar o vocabulário.
   Portanto, torna-se essencial que quem estiver com os bebês observe seu desenvolvimento e estimule, com conversas, canções e histórias, ou mesmo repetições silábicas lúdicas que ajudarão a consolidar novos aprendizados. Como exemplo, o versinho:

 "Chove chuva molhadinha
Chove chuva sem parar
Chove chuva molhadinha
Vai chover até parar."

Estas repetições prendem a atenção dos pequenos que além de acharem engraçado, querem reproduzir.

Coisas de outro planeta

     
     Na interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação fomos convidadas a pensar em uma escola em outro planeta...
     Mas e se esta escola fosse aqui? Seria tão utópico assim? O que falta para que a escola ideal se torne realidade?

     Apresentei, conforme solicitava a atividade, as características da escola do outro planeta:

-Interativa: troca de saberes;
-Tecnológica: totalmente equipada, ao alcance de todos, ágil e interessante;
-Colaborativa: todos terão voz e vez, participação da comunidade escolar;
-Dinâmica, prática e baseada na realidade do aluno;
-Lugar de convivência, de integração e socialização;
-Com espaços planejados para as diferentes práticas e aprendizados, como laboratórios, sala de artes, bibliotecas, espaços lúdicos, espaços para esportes, área verde, refeitório, cinema, horta, entre outros;
-As turmas serão por nível de aprendizado, sem idade cronológica;
-A escola irá ensinar o aluno a pensar, a ser e a fazer."

   

Será que esta escola idealizada é tão de "outro planeta", que só existe em nossa imaginação? Perguntas são, algumas vezes, mais importantes que respostas...

domingo, 18 de março de 2018

O aluno que queremos – cidadão de amanhã



     O que vemos, infelizmente, em muitas escolas, nas práticas docentes? Vemos alunos passivos, acatando sem questionar ou participar, as informações que são repassadas pelo professor, em um sistema arcaico de ensino, sem uso de tecnologias e temas de interesse dos alunos.
      Embora considerada arcaica, esta metodologia de ensino ainda é largamente empregada nas salas de aula, justificada por ser mais prática (não é necessário levar em conta a opinião do aluno), em uma forma de manter o centro de atenção no professor, o grande “protagonista” do ensino. Nestas salas de aula o silencio impera, necessário à concentração exigida em monólogos. A passividade do aluno evita distrações, conversas paralelas e conflitos de opinião. Ou seja, quanto menos o aluno participar, melhor, pois basta que ele preste atenção, assimile as informações e grave as mais relevantes para firmar o aprendizado.

     O que vemos são alunos engaiolados em um sistema de ensino que aprisiona e corta as asas, impedindo voos maiores. Para o sistema, alunos que voam são perigosos e dão trabalho. Não somente ao sistema escolar, mas da sociedade como um todo. 
     Rubem Alves nos lembra de que a escola tem que incentivar o voo dos alunos, libertando da gaiola que os insere: 

     “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” (RUBEM ALVES)

     Defendemos uma escola democrática, onde seja incentivada a participação dos alunos, com a prática pedagógica partindo de seus centros de interesse, orientada pela curiosidade e desejo de saber. Porém, segundo Fernando Becker, não se desmonta um modelo pedagógico arcaico apenas com críticas, sejam psicológicas ou sociológicas, mas deve-se fomentar a crítica epistemológica na formação docente. O professor deve se questionar o que seu método pedagógico irá fomentar:

     “Para enfrentar este desafio, o professor deveria responder, antes, a seguinte questão: que cidadão ele gostaria que seu aluno seja? Um aluno dócil, cumpridor de ordens, sem perguntar pelo significado das mesmas, ou um indivíduo pensante, crítico que, perante cada encruzilhada prática ou teórica, pára e reflete, perguntando-se sobre o significado de suas ações futuras e,progressivamente, das ações do coletivo onde ele se insere?” (FERNANDO BECKER)


     Torna-se necessário refletir uma vez mais sobre a nossa própria prática docente, se estamos encorajando o voo ou cortando asas, monopolizando nosso falar ou possibilitando o aluno de buscar o conhecimento e construir aprendizados, com criticidade ou apenas reproduzindo padrões de ensino-aprendizado. Perguntas surgem não somente para obter respostas, mas para levantar outras que irão nos inquietar e assim, qualificar e ampliar nosso próprio aprendizado.



Referencias:
-ALVES, Rubem. Gaiolas e asas. Disponível em http://www.rubemalves.com.br/gaiolaseasas.htm

-BECKER, FERNANDO. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. https://pt.slideshare.net/msabba/becker-epistemologias

- ESCOLA Democrática. 2010. (3 min.), color. Publicado por Andrea Trigueiro no You Tube. Disponível em: <https://www.youtube.com/results?search_query=escola+democratica>.









domingo, 11 de março de 2018

Eixo VII: "o semestre"

     Iniciando mais um semestre... ou melhor, "o semestre"! Chamarei o Eixo VII de "o semestre" pois entramos na reta final do curso, em termos de interdisciplinas e conteúdos programados.


    "O semestre" vem com ares de "Ufa! Já cheguei até aqui!", pois não pensem que foi fácil conciliar (com saúde e disposição) escola, família, estudo e, particularmente, horas cansativas em ônibus interurbano.
     "O semestre" traz também o sentimento de superação, coragem e vitória, pois iniciei o curso aos 45 anos de idade, quando muitas mulheres já "ancoraram" o barco e se conformam com suas vidas, seu trabalho e rotina.
   "O semestre" também vai exigir mais, pois muito conhecimento já foi construído e somos desafiadas cada vez mais, aptas a qualificar nossa prática, a escrita e a reflexão.
     Que apreciemos esta estrada que chama-se "reta final", pois o mais importante não é só chegar, mas saber que somos capazes de remover as pedras do caminho, seguir fortalecidas e colher as flores que cresceram durante o percurso.



"Há flores no meu caminho. Elas estão por toda parte. Porém invisíveis aos olhos apressados pelo cotidiano. Ao ver flores no caminho o barulho da rotina faz silêncio e é possível escutar os pássaros louvando á vida."   Viviane Andrade
Referências: