Dei início ao estágio do curso. Minha turma conta com catorze crianças e uma monitora auxilia durante toda a tarde, no cuidado com os pequenos. Na Educação Infantil, especialmente com berçários, como minha turma, a rotina diária consome boa parte do tempo. Em minha escola as tarefas do cuidar são divididas igualmente entre professora e monitora, ficando a parte pedagógica para a docente.
Com bebês as atividades tem que ser lúdicas, pois somente assim nos aproximamos da criança e, com linguagem e metodologia adequada, fazemos as intervenções pedagógicas.
O primeiro dia foi bem animado para os pequenos, pois logo avistaram os balões que seriam usados naquela tarde. Inicialmente uma canção de acolhida, nomeando as crianças “Palma palma palma... pé pé pé... roda roda roda e diz quem é?” Todos puderam acompanhar o coleguinha sendo indagado, com alguns conseguindo responder e outros mostrando um olhar curioso, esperando que eu dissesse seus nomes.
Em um segundo momento, li a história “O balão” que falava de um menino que ganhou um balão de sua mãe, brincou tanto com ele, no mundo da sua imaginação, que acabou soltando ele e foi para o céu, para sua tristeza. Mas a mãe estava sempre pronta para lhe possibilitar novas aventuras.
Depois disto, fiz uso de um balão e passei a todos, pedindo que assoprassem forte, para o balão subir. Em seguida dei um balão a cada criança para que brincassem de jogar para cima e pegar.
A atividade foi simples, mas significativa. Por um momento, sentaram-se calmamente, cantaram, gesticularam e socializaram seus nomes e individualidade. Depois acompanharam a saga do menino que, como eles, se alegram e se frustram, fantasiam e despertam, mas com pessoas que os amam e querem bem.
Na atividade do balão, perceberam e experimentaram que seu sopro pode movimentar coisas, se divertindo e descobrindo possibilidades de seu corpo. E, ao final, brincaram bastante tempo com seus balões, trocando com os colegas, jogando para o alto, pegando e, um e outro, vendo seu balão estourar.
Trabalhar com crianças é sempre prazeroso e percebemos facilmente o desenvolvimento de cada uma. Temos que instrumentalizar para que nosso aluno aprenda e desenvolva suas capacidades plenamente, de forma lúdica e interagindo com os demais.
Uma nova proposta: a simplicidade no brincar e no aprender, como diria o poeta:
"Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação.“ — Manoel de Barros
Referencias:
Barros, Manuel de. Manoel por Manoel, do livro Memórias inventadas – As Infâncias de Manoel de Barros, p. 187)
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