sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Brincar é coisa séria

     Brincar é coisa séria .Claparede  já dizia: "Nada mais sério que o brincar”. Tenho observado minhas crianças no estagio explorando materiais com tamanha curiosidade, analisando detalhes e possibilidades de brincar. 
     Para as crianças, em torno dos dois anos, um simples varal com corda, prendedores e alguns panos é motivo de uma série de tentativas, onde cada um deles ocupa seu tempo para descobertas e representação da realidade. 
   
   Um canudo de papelão, estes de tecido, e uma bola de desodorante Roll on, suficientemente pequena para entrar no canudo, outra brincadeira. Demonstrei uma vez como poderia fazer e já assimilaram com tamanha rapidez, fazendo experiências  e carregando o canudo em grupo pelo hall da escola, como se fosse uma tora de madeira. Ao trazer um pneu para a escola, os maiores chegaram a pedir o que era aquilo, e seus olhos brilhavam com a possibilidade de rodar, de sentar dentro ou de encher com objetos.
    Acredito que cada uma das crianças brincou com toda seriedade possível, aprendendo matemática, física, e mesmo noções de trabalho em equipe.
     "Penso que o brincar é importante, pois a infância é a fase da vida do ser humano em que as conexões cerebrais são estruturadas, o corpo começa a movimentar-se com desenvolvimento físico e motor, a socialização e a relação com o mundo externo (deixa de ser e de sentir-se ligado à mãe) acontece. Do mesmo modo, nos primeiros anos de vida o emocional se molda conforme as experiências, afetos ou situações negativas que a criança vivencia." (http://claudiasimoneblogpead.blogspot.com/2016/04/nada-mais-serio-que-uma-crianca.html)

    Mas por que brincar é assunto sério? "As brincadeiras constituem um direito legítimo da infância, porque elas representam um aspecto crucial do desenvolvimento físico, intelectual e social da criança."(Boivin, Tremblay, Peters, Smith)
   As atividades espontâneas tem funções educativas, desenvolvendo as habilidades que são as base do aprendizado da leitura, da escrita e das matemáticas. Do mesmo modo, "As brincadeiras oferecem oportunidades de socialização com os pares da mesma idade, de aprender a entender os outros, de se comunicar e de negociar." (Boivin, Tremblay, Peters, Smith)
    As brincadeiras estimulam as crianças a aprender, a imaginar, a categorizar e a resolver problemas.Também tem função terapêutica: "As brincadeiras permitem às crianças se expressar sobre os aspectos perturbadores de seu cotidiano como os fatores de estresse, os traumatismos, os conflitos familiares e outros dilemas." (Boivin, Tremblay, Peters, Smith)
     Por estas razões, brincar sempre será da maior importância na vida e rotina dos pequenos.

Referências:

Boivin M, Peters RDeV, eds. Smith PK,  Tremblay RE. Brincar. Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância [on-line]. Acesso em:

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