Ser uma
pessoa expressiva significa revelar com clareza o que se pretende
dizer, transmitindo, assim, o pensamento.
Muitas crianças apresentam dificuldade para
transmitirem o que desejam, sentem, o que lhes desagrada e o que gostam. O
professor, em sua sensibilidade, pode estimular o aluno de tal forma que ele
consiga se manifestar, buscando alternativas lúdicas que façam com que sua
expressividade seja desenvolvida.
Ao longo dos anos, em minha experiência com
educação infantil, tenho lidado com muitas situações
que nos desafiam. Aos nossos cuidados, são entregues crianças que não falam
quase nada, que não compreendemos o que querem, mostrando-se apáticas, tímidas
ou até revoltadas, pois esta também é uma manifestação, mesmo arbitrária, de
algo que as angustia e não consegue revelar, entre outras situações.
Neste semestre, que está terminando, foram
apresentadas possibilidades que podem ser usadas para desenvolver
a expressividade nas crianças. As interdisciplinas de Música,
Ludicidade e Literatura, com seus conteúdos, e principalmente, com a janela que
abriram em nossa mente, ofereceram formas de trabalhar a comunicação e a
expressão com os pequenos.
Histórias, poesias, dramatizações e parlendas
podem ser utilizadas de forma dinâmica e criativa, pois um aluno com
dificuldade de se integrar, por exemplo, pode começar a fazê-lo a partir da
identificação com um personagem. O próprio "Patinho feio" não
era feio ou "errado", apenas estava deslocado, mas ao encontrar
semelhantes, sentiu-se lindo como seus irmãos e sua mãe.
Brincadeiras e jogos também servem para
aproximar colegas, como dar as
mãos para aquele que desconhecemos, se sentir parte integrante de um grupo,
enfim, socializar, aprendendo a conviver. Atividades em grupo, em que um
depende do outro, aproximam e geram confiança. Podemos compreender isto quando
observamos as brincadeiras na escola, assim como constata a fonoaudióloga Cyrce
Andrade:
"É
preciso enxergar o brincar como a maneira que os pequenos tem de produzir
cultura e a forma de expressão da infância por excelência." "...a
escola, por ser um dos raros lugares que os pequenos tem de conviver com os
colegas hoje, seja um ambiente que privilegie o brincar em grupo."
A
música oferece inúmeras possibilidades de aumentar as formas de expressão. O
próprio canto já promove um "sair de si", um "ir além" do
que a timidez permite. O canto espontâneo, natural desde os primeiros balbucios
do bebê, como nos diz Parizzi, deve ser valorizado:
"O canto espontâneo é uma das mais
importantes formas de expressão da criança, tão significativa quanto o desenho,
a gestualidade e o comportamento infantil."
A música, conforme o direcionamento,
pode induzir à dança, à meditação, imitações, rimas e repetições, faz de conta,
brincadeiras de roda, entre outras possibilidades.
Cabe, portanto, ao professor
perceber as dificuldades de seu aluno e conduzir na busca pela expressividade.
Referências:
Parizzi, Maria Betânia - O canto espontâneo da criança de zero a
seis anos: dos balbucios às canções transcendentes.
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/2006%20O%20canto%20espont%C3%A2neo%20da%20crian%C3%A7a%20de%20zero%20a%206%20anos.%20PARIZZI%20(1).pdf
"Brincar é a forma de expressão das crianças"(Cyrce
Andrade)
Revista Nova Escola, edição de setembro de 2010, por Beatriz
Vichessi, encontrada em:
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/Brincar%20%C3%A9%20a%20forma%20de%20express%C3%A3o%20das%20crian%C3%A7as.pdf