quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O tempo e o espaço no universo da criança


"Como a criança pequena compreende o passado? Como ela lida e constrói a noção de tempo? Como percebe o espaço geográfico?"


  Para responder à questão que me move, penso que atingiremos os objetivos trabalhando os conceitos de hoje, ontem e amanhã. Acredito que inicialmente temos que fazer a criança compreender o dia de hoje, depois recordar o que fez no dia de ontem, antes de dormir e de voltar à escolinha. A noite pode ser o referencial que irá separar um dia do outro, pelo fato de ser escuro, de dormirmos e estarmos em casa. O amanhã é construído da mesma maneira: depois que dormir e acordar novamente. Por isso é tão importante a rotina na educação infantil.
   Os finais de semana também confundem um pouco os pequenos e dois dias seguidos é outra assimilação de tempo. O mesmo se dá em períodos maiores, como as férias.
  À medida que a criança cresce, os conceitos temporais vão se acomodando e ela passa a compreender melhor, frequentemente acompanhado de perguntas como: "quando você vem de novo, hoje ou amanhã? "ou formulações como "Nas férias vou na casa da avó (domingo)." O processo de elaboração de tempo passa por estas suposições até que compreendam melhor e daí, então, entendam espaços de tempo maior, como uma semana, por exemplo (de segunda até os dois dias em casa e aí de novo na escola). Na verdade eles precisam muito destes referenciais da sua rotina.
   Após esta compreensão podemos trabalhar o tempo passado, usando termos simples como algo que aconteceu "há muitos dias atrás", ou "muito, muito, mas muito tempo atrás", ou "quando vocês ainda eram bebês bem pequenos." 
   A assimilação de um tempo relativamente maior  exige um pouco mais de estruturação mental, onde podemos falar que "quando o vovô era bem pequeno", por exemplo. 



   Da mesma forma, assim se estabelecem as primeiras noções espaciais, pois identificam inicialmente pequenos espaços que frequentam, como a casa, a sua sala de aula, a igreja, o pátio, o ônibus que percorre um longo caminho.
 Torna-se interessante fazer a criança pequena observar a cor da sua casa, o tamanho da escola, o que vê no caminho, como praças, padarias e outros lugares ou pontos de referência. Assim consegue fazer conexões de perto e longe e perceber que o mundo é vasto e cheio de coisas diferentes e interessantes.
   Como sugestão de atividade de percepção tempo-espacial com os pequenos, está uma bela conversação de como é sua casa, o que tem dentro e fora dela, se demora pra chegar na escola ou se é "logo ali". Também realizar mini passeios no entorno da escola para perceberem de qual direção vem quando chegam na escola.


 Penso que trabalhar com os pequenos as questões de tempo e espaço começam com a nossa percepção da realidade simples que eles vivenciam e são familiares. Fazer comparações do tamanho da sala com a escola, corrida de quem chega primeiro no outro lado do pátio, observar de que lado a mamãe vem buscar, se da frente ou da rua lateral, conversar sobre o que a criança fez no final de semana e aonde foi, entre outras, são propostas extremamente eficazes para darmos início às construções mentais de tempo e espaço. 
   
   Aos poucos a criança compreende que pertence a uma linha do tempo, com os dias antes e os dias que vem depois do momento presente, assim como começa a perceber o mundo e aonde está inserida geograficamente, mesmo que seus limites fiquem no espaço escola-casa-praça-casa da avó-supermercado, etc. Mas é o bastante para darmos o primeiro passo.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Ciências na escola

     Promover o estudo das Ciências Naturais na escola é...


   ...Fomentar a busca do conhecimento da natureza, apreciando e valorizando o mundo natural.  É testemunhar  o fascínio pelo novo, pelo desconhecido, buscando respostas.
    É estimular a curiosidade, a vontade de saber como as coisas são, vivem ou como funcionam na natureza. É experimentar, é comprovar, é despertar a criança que de tudo quer saber o porquê.


  Por estas razões, acredito que sempre haverão olhinhos atentos e fascinados ante um peixinho no aquário, com suas barbatanas pra lá e pra cá... Que sempre haverá um grupinho alvoroçado ao redor de um formigueiro no pátio da escola... Ou virando um besouro de cabeça para baixo, que fica esperneando sem parar... 
    O mundo natural é incrível, ainda mais para os pequenos, que acolhem amorosamente seres minúsculos nos bolsos... Conversam com tartarugas, pacientemente observando sua caminhada... Ou mesmo plantam feijões em bolotas de algodão.



   Despertar a busca de conhecimento da natureza, fazendo experimentações e constatações, é prazeroso para o professor e muito mais para o aluno. 
Assim é a infância. Assim o maravilhar-se. Assim os aprendizados. E assim continuamos a adorar Ciências na escola.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Matemática para os pequenos


A reflexão de como realizo atividades envolvendo noções de matemática na educação infantil, especificamente com os menores, ocorre a partir da premissa de que o lúdico deve permear toda intervenção pedagógica.
Citemos o exemplo de uma atividade simples que faz parte do dia a dia:
     - “Como nadam os patinhos na lagoa? “Assim: de dois em dois” (mostrando os dedos), respondem as crianças. Esta conversação se refere a uma lúdica indagação sobre quantidades e organização espacial, em uma turma de berçário 2.
     A canção “Dois patinhos” pode ser cantada na hora de iniciar uma caminhada em duplas, ou na organização da turma para ir ao refeitório, por exemplo. A canção é assim: "Os patinhos na lagoa nadam de dois em dois, de dois em dois... nadam de três em três... nada de quatro em quatro... nadam todos juntos..." Nesta brincadeira as crianças são os patinhos e dar a mão ao colega significa que vão nadar junto.
    Esta simples e corriqueira atividade reflete o quanto é sutil o fazer pedagógico em tão tenra idade. A assimilação de conceitos matemáticos básicos pode começar ali, na rotina de um berçário. Da mesma forma, por exemplo, a canção "Três palavrinhas" faz com que pensem um pouco mais: "Três palavrinhas só, eu aprendi de cor: Deus é amor - três palavrinhas só!" Nesta oração as crianças precisam organizar mentalmente as três palavras e coordenar com os gestos de enumerar com os dedos.
    As primeiras noções espaciais e de lateralidade também podem ser construídas ludicamente, como com a brincadeira do barquinho que vai “pra lá e pra cá”, onde a criança segura as mãos da professora e coloca os pezinhos sobre os pés dela e esta movimenta em direções variadas, enfatizando o pra lá (longe) e pra cá (próximo a ela).

     Estes são singelos exemplos de atividades cotidianas envolvendo o ensino da matemática em crianças tão pequenas. Do mesmo modo, jogos com material alternativo e blocos ou peças de encaixe são utilizados largamente. As sementinhas são lançadas na mente das crianças, que aguardam novos desafios para construções maiores, que com o passar dos dias, irão se estruturar. 






quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Kindergarten

    
     Hoje se comemora o Dia das Crianças. A maioria dos professores trabalha com crianças, destas, muitas na educação infantil.  

     Sabe-se que a criança passou  a ser valorizada e tratada como pessoa em potencial há pouco tempo, se analisarmos a história. Anteriormente, as crianças limitavam-se a serem "adultos em miniatura", brincando em volta da cozinha, na "barra da saia" das mães ou serviçais. No século XIX começou-se a perceber a criança como ser que precisava de educação específica para a idade. 

    A infância, a partir de então, começou a ser objeto de estudo de muitos pedagogos, psicólogos e outros estudiosos. Um destes foi o pedagogo alemão Fiedrich Froebel, o criador do JARDIM DE INFÂNCIA, o "Kindergarten". Froebel é considerado o maior reformulador educacional do século XIX, pois com seu pensamento crítico, desenvolveu uma educação diferenciada, com o uso de brinquedos, materiais alternativos (tão em voga na atualidade), para a percepção sensorial, e depois, consequentemente, ampliar movimentos com o próprio corpo. 



    
      Podemos, segundo Frank Carvalho, constatar que:
 "Em sua filosofia educacional, no Kindergarten as crianças eram consideradas plantinhas de um jardim, cujo jardineiro seria o professor (influência de Pestalozzi). A criança se expressaria através das atividades de percepção sensorial, da linguagem e do brinquedo. A linguagem oral se associaria à natureza e à vida." 
     Neste Dia das Crianças, que saibamos dar valor a criança que está se desenvolvendo, conhecendo o mundo, socializando-se e interagindo, pois é dependente de nós, adultos educadores, mas grandiosa em todo seu potencial.



Referencias:
                  Carvalho, Frank Viana. Filosofando. Blog (11 de outubro de 1911).