sábado, 21 de abril de 2018

Educação para a liberdade.

     O que a educação faz ao indivíduo e à sociedade, em termos de crescimento pessoal e social? 

    A tomada de consciência do valor pessoal e coletivo como classe oprimida se dá pela educação. Por sua vez a conscientização leva ao empoderamento, no sentido de desenvolvimento do potencial da capacidade das pessoas, que culmina em liberdade.

     Paulo Freire, em sua trajetória, enfatizou a  alfabetização como projeto político emancipador, repassando a perspectiva de uma pedagogia concreta e prática. “A alfabetização não é tratada meramente como uma habilidade técnica a ser adquirida, mas como fundamento necessário à ação cultural para a liberdade, aspecto essencial daquilo que significa ser um agente individual e socialmente constituído.” Para Paulo Freire, ler e escrever é fundamento necessário à ação cultural para a liberdade, um projeto político no qual homens e mulheres afirmam seu direito e sua responsabilidade de reconstituir sua relação com a sociedade.
     Segundo Freire, saber nomear suas experiências dá poder ao indivíduo, pessoal e socialmente, dando outra visão de mundo ao sujeito. A vida escolar é um terreno cultural caracterizado pela produção de experiências e de subjetividades em meio a variados graus de acomodação, contestação e resistência. A escola é um lugar de muitas linguagens e de lutas conflitantes, local em que as culturas dominante e subalterna entram em atrito. Sob este aspecto,a alfabetização torna-se importante para a compreensão dos interesses e princípios políticos e ideológicos em jogo nos embates e nos intercâmbios pedagógicos entre o professor, o educando e as formas de significado e de conhecimento que eles produzem. Além dos conteúdos ensinados é preciso valorizar outras questões que vão além do conhecimento formal transmitido pelo professor. É preciso quebrar a estrutura de um saber superior universitário, isolado de significado e teórico, distribuído nas mãos dos professores e transmitido esmigalhado aos alunos.
     Muitos professores definem o êxito de seu ensino exclusivamente pela correção ideológica da disciplina que ensinam. È necessário ir além do currículo e promover o diálogo, uma vez que, segundo Freire, é a força que impulsiona o pensar crítico e problematizador em relação à condição humana no mundo, pois através dele podemos verbalizar o mundo segundo nossa visão e ação. É preciso dar voz às diferenças individuais, sociais e ideológicas e fomentar o pensamento crítico nas práticas pedagógicas, como agente transformador. O aluno precisa, além das palavras, saber ler o mundo.

Referências:

- STRECK, Danilo R; REDIN, Euclides Redin, ZITKOSKI, Jaime José. Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2016. 3a edição.





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