Analisando a escolarização sob a perspectiva histórica, em seus primórdios, utilizando a leitura A MAQUINARIA ESCOLAR -http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo2/historia-infancias/maquinaria/- como referencia, posso destacar alguns tópicos, que descreverei a seguir.
Escola
como instituição
Somente a partir
de meados do século XX a escola, para as classes populares, tornou-se publica,
obrigatória e gratuita, sob o poder do Estado, em vista de manter as crianças na escola entre seis e
dezesseis anos, afastando-as do trabalho infantil.
Interesses envolvidos
Durante o
Renascimento os homens da Igreja e os moralistas desejavam continuar com seu
prestígio e poder frente as monarquias e novas formas administrativas.
Formaram-se inúmeras congregações religiosas, com internatos e seminários, tornando-se necessário que pessoas fossem instruídas nos moldes do catolicismo, ou protestantes, e os princípios, desta forma, conservados.
Formaram-se inúmeras congregações religiosas, com internatos e seminários, tornando-se necessário que pessoas fossem instruídas nos moldes do catolicismo, ou protestantes, e os princípios, desta forma, conservados.
A criança
pobre seria ‘domesticada’ desde a tenra idade e iria seguir sua vida nos
princípios e normas da religião, de acordo com a moral imposta, sendo objetos
de dominação.
Estrutura física
A escola, desde os primórdios, no Renascimento, se constituiu em espaço fechado para isolar o aprendiz dos adultos e prazeres do mundo e suas influencias nocivas. Os meninos, além de aprender a ler e escrever, aprendiam os preceitos cristãos e a levar uma vida de retidão, visando desenvolver algum ofício no futuro, serem sacerdotes ou professores, conforme a inclinação de cada um. Obviamente que os conteúdos, para estes alunos, eram limitados, ficando longe das línguas, literaturas e esportes que distinguiam a categoria social. As carteiras enfileiradas definiam limites e promoviam o isolamento, necessários a disciplina e a ordem.
As
pedagogias
Os
castigos físicos aos poucos foram substituídos por um tratamento mais amoroso,
principalmente pelos jesuítas. O aluno era estimulado a estudar, além de se
tornar um cristão exemplar.
Aos poucos percebe-se a necessidade de graduar o aluno e separar conforme a idade, inteligência e condição.
Aos poucos percebe-se a necessidade de graduar o aluno e separar conforme a idade, inteligência e condição.
As aulas
passaram a ser no quadrado da sala, com atividades intensas e exercícios
escritos, onde o aluno tinha deveres a cumprir, sem questionar. Os alunos
passaram a prestar exames e participar de debates públicos, na presença de
familiares, com ênfase no mérito individual e na busca do êxito escolar.
O Professor
Inicialmente
eram religiosos, e depois profissionais do Magistério, com o início da Escola
Normal que estava incumbida de formá-los. Do professor era esperada uma conduta
exemplar, dentro de rígidos padrões morais. O professor não detinha apenas o
saber, mas técnicas de domínio de e domesticação. Os professores eram oriundos de
classes intermediárias e admiravam a burguesia e seus valores. O professor
recebia baixa remuneração, pois seu ofício era comparado a um sacerdócio, cheio
de virtudes e além dos bens materiais.
Escola
como instrumento de mudança
A partir da institucionalização da escola, esta passou a ser agente de
transformação da sociedade, porém novamente subjugados ao poder de
higienistas, filantropos e reformadores sociais, os novos moralizadores das
massas. Era necessário manter a classe trabalhadora conformada, sem lutas
sociais a fim de preservar a estabilidade política. A base da educação era o
autoritarismo e a exigência da disciplina e da submissão do aluno ao professor,
geralmente um representante do Estado, um servidor público, com cargo de respeito.