O conceito de autonomia, segundo Paulo Freire,
é possibilitar ao aluno pensar por si próprio, que se dá no aprender, na
construção de seu conhecimento, de forma crítica e consciente.
Para Paulo Freire a relação
aluno/professor é importante no sentido de que um não existe sem o outro. O
professor só ensina, de fato, se o aluno consegue, além de entender, reelaborar
e refazer seu conhecimento.
O aluno, neste processo de construção do
conhecimento, traz saberes anteriores à sala de aula, partindo destes para
novos. Questões do interesse do aluno devem ser problematizadas para que ele
aprenda a pensar por si, sem seguir padrões e sistemas. O aluno deve ter a
liberdade de pensar e de reestruturar seus pensamentos, para a construção de
uma nova realidade, humanamente, com a consciência de toda desigualdade social
do mundo em que está inserido e interagir, sujeito do tempo e da história.
Em minha realidade como professora de
educação infantil a pedagogia da autonomia de Paulo Freire se reflete no
respeito que tenho por meus alunos. Embora muito pequenos, já podem tomar
algumas decisões que sinalizam a formação
da autonomia. Em pequenos atos do cotidiano, são induzidos a pensar onde
deixaram seus pertences, por exemplo, ou refletir sobre determinada atitude do
grupo, situação ou mesmo observações do tempo, da rotina e brincadeiras. Todos
são igualmente indagados e levados a pensar sobre determinados assuntos.
As crianças, entre um e dois anos,
necessitam de orientação, de parâmetros que definam uma linha que os
caracteriza na escola. Ainda são pequenos para entender e optar entre o certo
ou o errado, o bom ou ruim, o perigoso ou não, mas o professor deve guiá-los
para que observem, distingam, aprendam pela experiência e sejam sujeitos de
suas atitudes.
Para que construam a sua autonomia, as
crianças podem ser estimuladas a questionar, observar, retratar situações de
seu ponto de vista, com a devida expressão oral que a idade lhes permite.
Começam a ter autonomia inicialmente com seus pertences, como tirar o calçado,
guardar os brinquedos, segurar os talheres ou o copo. A partir de pequenas
atitudes, as maiores começam a fazer sentido e acontecerem, desde que sejam
dadas as condições para favorecer esta autonomia.